A pomba por sua sociabilidade e concórdia é símbolo do Espirito Santo

17/01/2023

Os animais, como criaturas de Deus, sempre estiveram presentes na história da humanidade desde o episódio da criação. O que surpreende é que o próprio Espirito Santo se utiliza da figura de uma pomba, mostrando o grande mistério de Deus de forma incompreensível para os seres humanos.

Um momento forte do Novo Testamento é quando o Espírito Santo aparece em forma de pomba no batismo de Jesus. (João 1,32). São muitas as aparições do Espirito Santo, não só nas escrituras, como também aos santos através dos séculos.

Já no século III, São Cipriano de Cartago, fala sobre a descida do Espírito Santo em forma de pomba e menciona a simplicidade e pureza dos pombos:

"Por isto também o Espírito Santo desceu em forma de pomba [Mt3,16; Mc 1,10], animal simples e alegre, sem amargura alguma de fel, incapaz de se enfurecer; não morde, não arranha com as unhas. Prefere as moradias dos homens e gosta de habitar numa mesma casa. Quando criam, as pombas cuidam dos filhotes juntamente, quando viajam, voam pertinho umas das outras. Passam o tempo em tranquilos arrulhos, manifestam a concórdia e a paz beijando-se no rosto. Enfim, em todas as coisas seguem a lei da boa harmonia.

Esta é a simplicidade que deve reinar na Igreja, essa a caridade que devemos realizar: o amor fraternal imite as pombas, a mansidão e a brandura sejam iguais às dos cordeiros e das ovelhas.

Como podem estar no coração de um cristão a ferocidade dos lobos, a raiva dos cães, o veneno mortífero das serpentes ou a crueldade sanguinária das feras?

Devemos alegrar-nos quando os que têm esses sentimentos se separam da Igreja. Assim as pombas e as ovelhas de Cristo não serão contagiadas pela sua maldade e pelo seu veneno. Não podem conciliar-se e juntar-se amargura e doçura, trevas e luz, chuva e céu sereno, guerra e paz, esterilidade e fecundidade, secura e manancial, tempestade e bonança.

Não acreditem que os bons possam deixar a Igreja: não é o trigo que o vento carrega, o furacão não arranca as árvores que têm sólidas raízes. Ao contrário são as palhas vazias que a tormenta agita, são as árvores vacilantes que a força dos turbilhões abate. Contra esses o apóstolo São João manifesta a sua repulsa, dizendo: "Saíram do nosso meio, mas não eram dos nossos. Se tivessem sido dos nossos, sem dúvida teriam ficado conosco" (1Jo 2,19).

Os pombos

Para quem não entende de pombo ou não gosta dos animais, pombo é risco de sujeira na roupa ou da tal doença da qual nunca se viu ninguém contaminado. Para as autoridades municipais, é sujeira nas estátuas e nas fachadas dos edifícios. Mas para quem entende do assunto ou pelo menos, dá-se ao trabalho de pesquisar antes de falar, pombo é um dos animais mais significativos e belos do mundo. Tudo começa com a famosa pomba da paz. Esse símbolo vem da Bíblia. É a pombinha que Noé soltou em busca de terra firme. Representa a aliança com Deus, à paz entre Deus e os homens. Por outro lado, representava entre os judeus um sacrifício para Deus. Era o sacrifício dos pobres que não podiam pagar por um animal mais caro. Era, portanto, considerado um animal puro. Baseando-se apenas nessas duas ideias iniciais já fica difícil de entender porque as pessoas modernas não veem com bons olhos os pombos.

As pessoas normalmente não pensam em pombos como animais domésticos e sempre os veem a certa distância. Mas os pombos podem ser excelentes animais de estimação. São muito mansos e se afeiçoam com facilidade às pessoas. Sobem nas mãos, nos ombros, arrulham e demonstram docilidade e confiança. Claro que a base para criá-los como um animal doméstico é a limpeza e organização do local.

Para muitos, que veem o poderio e a grandeza expressa em agressão, arrogância, força e poder, saber que Deus escolheu esse animal tão simples e inocente para representa-lo como uma imagem visual, é contraditório. Mas assim já era na época de Jesus, quando esperavam um guerreiro, para libertar Israel, e de repente é lhes dado um cordeiro, manso e inofensivo. Deus tem seus caminhos e meios, que não são os dos homens. Por isso fica difícil para muita gente entender seus caminhos.

Mas para quem entender que o cristão católico tem que ter algo de pombo, em mansidão, paz, inocência, desapego, o não revidar às agressões e confiança total no criador, está próximo de entender porque Jesus é o cordeiro de Deus e porque o Espirito Santo prefere a forma de pombo do que de leão. (da Redação)