Strickland: O “caminho sinodal” foge do ensinamento transmitido pelos Apóstolos

28/05/2025

Numa poderosa carta pastoral publicada em 28 de maio, o Bispo Emérito Joseph Strickland alerta 

que o "caminho sinodal" não é um caminho de renovação, mas de ruptura com a fé apostólica. Diante do que ele vê como uma tentativa de democratizar a Igreja e diluir a autoridade petrina, Strickland pede aos fiéis que permaneçam firmes na fé que receberam, na fidelidade a Cristo, aos Apóstolos e aos mártires. 

Meus queridos filhos em Cristo: 

É com o coração de pastor, movido pelo dever e pelo amor, que devo falar claramente sobre um assunto que pesa muito em minha mente e em meu coração neste momento: o chamado "caminho sinodal". Ela se apresenta como um caminho a seguir para a Igreja, mas, na verdade, ela nos afasta do fundamento lançado por nosso Senhor Jesus Cristo.

 A Igreja não é nossa para reinventar. Ela é o Corpo Místico de Cristo, fundado sobre a rocha de Pedro, guiado pelos sucessores dos Apóstolos e santificado pelo Espírito Santo. Qualquer tentativa de redefinir sua constituição divina — achatando sua natureza hierárquica ou distribuindo a autoridade doutrinária do papado entre conferências episcopais, assembleias ou comitês leigos — não é renovação, mas ruptura.

 O "caminho sinodal" parte do ensinamento claro e da estrutura transmitida a nós pelos Apóstolos. Ela enfraquece o ofício petrino, que Cristo instituiu quando disse: "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mateus 16:18). Ela introduz confusão em vez de clareza, sentimento democrático em vez de autoridade divina e comprometimento em vez de fidelidade. 

A Igreja não pode se contradizer. Não é possível ensinar hoje o que você condenou ontem. O depósito da fé não está sujeito à evolução por consenso. Como escreveu Santo Irineu de Lyon: "A Igreja, embora espalhada por todo o mundo, até aos confins da terra, recebeu esta fé dos apóstolos e dos seus discípulos… e conserva-a cuidadosamente" (Contra as Heresias, 1.10.1).

No livro do Apocalipse, vemos as almas dos mártires sob o altar, clamando a Deus (cf. Ap 6,9-11). Eles são aqueles que mantiveram a fé até a morte, recusando-se a ceder ao espírito do mundo. Eles nos lembram que ser católico não significa seguir as tendências do momento, mas sim se apegar à cruz de Cristo, não importa o que aconteça. 

O sangue dos mártires não é apenas a semente da Igreja – é também sua bandeira. Eles morreram em fidelidade à única fé católica, santa e apostólica, não a uma experiência sinodal. Eles morreram fiéis a uma Igreja com uma só voz, uma só fé, um só batismo (cf. Ef 4,5). Desonramos o testemunho deles quando tentamos substituir a verdade apostólica pelos ventos mutáveis ​​da opinião popular.

 Rezamos pelo Papa, amamos o Papa, mas seguimos Cristo. E se a Santa Sé promove um caminho que se afasta da fé dos Apóstolos, devemos responder não com rebelião, mas com fidelidade inabalável. E devemos dizer, com Pedro e os apóstolos: "É preciso obedecer antes a Deus do que aos homens" (At 5,29). 

Peço-vos, queridos fiéis: não vos deixeis abalar. Apegue-se ao que você recebeu. Esteja com os santos e mártires. Sejam como as virgens prudentes, com suas lâmpadas acesas e preparadas para o Noivo. Mantenhamo-nos firmes na fé dos nossos pais, inalterada, imutável e para sempre. (Fonte: INFOVATICANA)