Quem foi São Josemaria Escrivá, fundador do Opus Dei

08/02/2022

O santo que revolucionou a prática da espiritualidade católica, trazendo-a dos conventos para a vida diária de todas as pessoas.

Antes de São Josemaria Escrivá as pessoas que desejavam seguir uma vida longe dos pecados e viver uma profunda espiritualidade, viam como única solução sua entrada num convento ou mosteiro.

A vida diária, no mundo, apresenta grande entrave para quem deseja viver uma vida totalmente voltada para Deus.

As pessoas do mundo que mais se aproximavam dos conventuais eram aquelas das chamadas ordens terceiras, ou terciários. Algumas ordens religiosas possuem em sua organização três ordens; a primeira, destinada aos homens, a segunda às mulheres e a terceira aos leigos. Enquanto que as duas primeiras ordens realizam suas atividades internados num convento ou num mosteiro, a terceira ordem, destinada a homens e mulheres leigos, exerce sua função no mundo. Ou seja, no dia a dia, cada um conforme seu estado de vida; incluindo solteiros e casados.

O terciário leva uma vida muito próxima dos conventuais, talvez com maior dificuldade, pois vivem no mundo, cercados de tentações. Inclusive encontramos nestas ordens terciárias, grandes santos, como Santa Isabel da Hungria, que é a patrona da ordem, Santa Catarina de Sena, São Luiz, etc. Grandes ordens de santos famosos, como os Franciscanos, possuem ordem terceira. Entretanto estas ordens não são muito divulgadas, assim pouco se sabe delas.

A ideia de São Josemaria era justamente esta; santificar as pessoas do mundo, através do trabalho em qualquer atividade em que estivessem.

O santo nasceu em 9 de janeiro de 1902 em Barbastro, uma pequena cidade da comunidade de Aragão, Espanha. Sempre foi brilhante tanto em seus estudos no seminário, quanto em seus estudos de direito na universidade.

Foi já depois de ordenado sacerdote, em um retiro em 2 de outubro de 1928, que Josemaria Escrivá vislumbrou a ideia do que seria o Opus Dei. A obra de Deus.

A ideia inicial do santo era a de formação de locais só para homens. Seguindo a ideia das ordens religiosas que não misturam homens com mulheres. Depois aceitou que houvesse locais também para mulheres. Assim, na atualidade há os centros para homens e outros para mulheres.

 Em 1933 inaugurou o que seria o primeiro centro da Opus Dei: A Academia DYA, uma entidade civil. Em 1941 o Opus Dei foi aprovado como Pia União, pelo bispo de Madrid. Só 7 anos após a morte do santo é que São João Paulo II, erigiu a organização ao estado de Prelazia Pessoal, sua configuração atual.

Presente em mais de 80 países, com cerca de noventa mil membros, com mais de dois mil sacerdotes, a Opus Dei, veio a ser talvez a mais rigorosa entidade católica de nossos tempos, isto na visão das pessoas leigas e mesmo dos meios de comunicação. Mas na verdade a organização nada mais faz que seguir os ensinamentos de Cristo; os quais, cada dia mais escandalizam às pessoas mundanas.

A vida do santo não foi nada fácil. Ele era conhecido por muito organizado e muito sábio, mas ao mesmo tempo uma pessoa muito doce. Ainda jovem, viu a morte de três irmãs, a falência do pai e depois sua morte. Como sacerdote, teve que ao mesmo tempo que cuidar de sua mãe e irmãos. Enfrentou também todo o período da Guerra Civil Espanhola, quando ocorreu uma das mais brutais perseguições aos católicos de toda a história. A ideia anticristã dos comunistas espanhóis gerou uma grande carnificina onde 6.859 religiosos, entre bispos, padres, freiras e monges foram mortos.

A espiritualidade da Opus Dei

A ideia de santificação dos fiéis que teve grande relevo na idade média, onde tudo girava em torno de Deus, perdeu terreno com o modernismo e veio sofrer ainda mais depois do Concilio Vaticano II, que passou ver a espiritualidade pessoal menos importante que a ideia de uma participação do cristão mais voltada para o coletivismo, para a ajuda na sociedade.

A Opus Deis, veio, num certo sentido, voltar às origens dos primeiros cristãos, centrando todo seu pensamento e atividade mais em Deus que no mundo; "Vos sois o sal da terra, Ora se o sal perde seu sabor, com que se salgará? Não servirá para mais nada, senão para ser jogado fora e pisado pelas pessoas" (Mt 5,13).

Significa que todos nós devemos ter alguma utilidade para Deus e não só para o mundo. A santificação então deve estar presente no trabalho, na família, nos estudos, no lazer e em toda parte. "O Opus Dei é santificar o trabalho, santificar-se no trabalho, santificar com o trabalho. O fiel não deve buscar santificar-se em outros lugares, mas sim onde se encontra. Santificando-se no mundo, leva esse mesmo mundo para Deus.

O santo nos apresenta como modelo Nossa Senhora, que não teve grandes atuações públicas, não ficou famosa em vida, foi uma dona de casa numa pequena cidade nos confins do Império Romano. E mesmo assim, foi a criatura mais santa e que mais glória deu a Deus em seu tempo. Assim é o chamativo do santo para nossos dias, onde estivermos, tendo a oração e o seguimento de Deus presente em todos nossos pensamentos e em nossas ações.

Essa organização parece radical para aqueles que não tem ideia do que é a verdadeira espiritualidade católica no seguimento da busca de Deus durante toda a vida. Por isso mesmo, recebeu críticas em várias ocasiões, principalmente de meios que vivem longe de Deus e que veem no Opus Dei radicalismo. Quando na verdade deveria ser o normal para todos os cristãos. (Da Redação) Deixe seu comentário! Compartilhe! Obrigado!