Com o chapéu de cardeal para o padre Timothy Radcliffe, pregador do Sínodo sobre a Sinodalidade e um ardente defensor de mudanças na moralidade sexual da Igreja, Francisco está enviando uma mensagem desconcertante.
"Primeiras" Comunhões: o escárnio a Jesus de cada ano
Mais um ano no mês de Maria Santíssima e em plena Páscoa: o escárnio de Jesus que se repete e já se tornou um tremendo ciclo crónico nas nossas comunidades paroquiais: as "primeiras" comunhões. Um sinal representativo da falsidade que se vive internamente em nossa Igreja Católica, cuja hierarquia endossa, em sua maioria, esse infame abuso do sacramento para transformá-lo em uma mera festa pagã com quase nenhum fundo religioso.
Por Padre Ildefonso De Assis
Estou exagerando no parágrafo introdutório? Simplesmente abramos os olhos (do rosto e da alma) e contemplemos com espanto o grotesco instalado e repetido que confirma, por um lado, a falta de fé em Jesus no Santíssimo Sacramento e, por outro, a vergonhosa fraqueza de uma hierarquia incapaz de pôr fim a esse imponente escárnio sacrílego. Abramos os olhos e vejamos o que acontece (com honrosas e raríssimas exceções) na práxis habitual que soará muito próxima de nós:
1) Preparação catequética em nível muito baixo. Os prazos estão se alongando e o conteúdo religioso está ficando cada vez mais curto. A criança fica até três anos ..... com catequese e no dia da primeira comunhão seu conhecimento está cheio de pedagogia modernista (jogos, eventos, músicas...) sem ter ideia de QUEM recebe e COM o QUE está comprometido.
2) Um perfil cada vez mais difundido de "catequista sazonal", isto é, aquele que vai à missa aos domingos durante a catequese e/ou enquanto for catequista. Conheço muitas pessoas não praticantes que me dizem que foram catequistas. Além disso, há também alguns catequistas que vivem em situações de pecado mortal (como casais de noivos que vivem juntos) e, no entanto, são catequistas sem qualquer senso moral.
3) Pais de crianças: capítulo separado. A grande maioria não é praticante. Portanto, qualquer bem que recebam na paróquia será questionado, ou abertamente brincado, na casa. As crianças sempre se atêm ao que seus pais dizem e não ao que lhes é ensinado na Igreja. É uma imagem degradante ver os pais à porta da igreja: soltam os filhos com os catequistas sem entrar na missa e depois vão buscá-los (todo um "testemunho").
4) Missas de Primeira Comunhão com abusos litúrgicos aberrantes onde só prevalece a diversão prazerosa. Não me refiro apenas às missas onde recebem comunhão, mas às chamadas "missas infantis" a que assistiram durante todo o período catequético. Missas com desrespeito e unção do Missal e das normas mais elementares da liturgia. Missas onde, às vezes, as crianças saem muito próximas do padre (com sua simpatia e originalidade), mas nada próximas de Cristo.
5) As celebrações das "primeiras" comunhões transformaram-se em despesas imensas e apetrechos mais semelhantes aos casamentos civis do que aos eventos religiosos. Presentes e mais presentes (às vezes é utópico encontrar apenas um presente religioso).
6) Uma retumbante falta de continuidade na vida sacramental. Passa apenas uma semana desde a Primeira Comunhão e quase nenhuma criança ainda vem à missa, se é que uma ou duas em cada cem (e eu quase fico aquém em apreciação). Este ponto é a maior demonstração da falta de autenticidade, qualidade e coerência do que é descrito neste artigo. Na verdade, na mesma linguagem popular, não diz "primeira comunhão", mas "a comunhão" (porque não há a menor intenção de continuar).
7) Ligado ao ponto anterior: a impressionante apatia da hierarquia sobre essa questão. Anos e décadas se passam e onde encontramos uma única carta de denúncia assinada por um bispo ou um departamento da Conferência Episcopal? Nada.
8) Claro, para apontar o horror de celebrar missas "solenes" da Primeira Comunhão, onde o padre omite lembrar aos participantes (em sua maioria pessoas não praticantes que nem sabem responder às orações da Missa) que eles devem estar na graça de Deus para receber a Comunhão. O espetáculo sacrílego a nível coletivo de tantos que estão na fila da comunhão como simples gesto de união fraterna com as crianças e/ou mesmo apenas para aparecer em fotos ou filmes é observado com horror.
A partir daqui, perguntas fortes são feitas para a conscientização de:
A) BISPOS: Até quando você vai ficar passivo diante dessa barbárie que já é um loop crônico na maioria das comunidades paroquiais?
B) PAIS: Por que vocês levam seus filhos para fazer a Primeira Comunhão, se vocês não têm a intenção mais básica de continuar a levá-los à Igreja? E por que você os leva para a catequese se você não está praticando?
C) CATEQUISTAS: Você percebe que só vai transmitir a Fé na medida em que a vive sacramentalmente e com uma atitude de perseverança?
E) SACERDOTES: Percebemos que esse loop deixa uma aparência de vitalidade em nossas paróquias, mas na realidade nada mais é do que uma roda que gira sobre si mesma sem avançar?
Bispos, padres, catequistas, pais..... É urgente uma reflexão profunda que nos leve a um exame de consciência e a alterar a totalidade. A árvore é conhecida por seus frutos e NÃO pelo brilho de suas folhas quando o sol brilha sobre elas. Um bom ouvinte... (Fonte: Adelante La Fe)
Comentários do Editor
Examinemos agora em termos gerais as principais inovações pró-protestantes introduzidas na Missa de Paulo VI, tanto na arquitetura litúrgica quanto no próprio rito.