O que aconselharia Santa Catarina de Siena aos religiosos atuais?

19/09/2025

Santa Catarina de Siena, pequena e humilde, usada por Deus para confundir os grandes de seu tempo

Santa Catarina de Siena nasceu em 1347, na cidade de Siena — então parte de um dos muitos pequenos reinos da Itália medieval. Desde a infância destacou-se por sua vida profundamente espiritual: buscava o recolhimento, a humildade e a oração silenciosa. Ainda jovem, começou a ter visões místicas e a operar milagres, tornando-se rapidamente conhecida por sua santidade.

Na segunda parte de sua vida, porém, algo extraordinário aconteceu: aquela jovem humilde e analfabeta foi chamada por Deus a aconselhar os grandes de seu tempo — nobres, bispos, cardeais e até o próprio Papa Gregório XI. Era uma época de profundas crises: escândalos morais e espirituais corroíam o clero, os pequenos reinos italianos estavam em constante guerra, e o Papa vivia exilado em Avinhão, na França, longe de Roma. Catarina, movida por inspiração divina, escreveu dezenas de cartas exortando o Papa a regressar a Roma e restaurar a autoridade espiritual da Sé de Pedro. Contra todas as expectativas, ele atendeu ao seu conselho e retornou a Roma, marcando um momento decisivo na história da Igreja.

As cartas de Santa Catarina — ditadas por ela e registradas por escribas, já que inicialmente não sabia ler nem escrever — continuam preservadas e revelam uma mulher movida pela caridade, mas firme como uma rocha diante da verdade. Deus quis confundir os poderosos do mundo ao conceder a uma jovem humilde a sabedoria necessária para corrigir e orientar os maiores chefes da cristandade.

Um espelho para o nosso tempo

Hoje, vivemos em um cenário que guarda semelhanças com o da época de Catarina: o mundo mergulhado em guerras e conflitos, e a Igreja Católica profundamente dividida, com escândalos, abandono da doutrina e cardeais que desejam adaptar os ensinamentos de Deus às modas passageiras do mundo moderno. Muitos buscam agradar ao mundo, mesmo à custa da verdade revelada por Cristo.

O que Santa Catarina de Siena aconselharia aos religiosos atuais?

  • Retornar à fidelidade ao Evangelho — Assim como exortou o Papa a voltar a Roma, Catarina certamente pediria aos pastores que retornassem à fonte da fé, à Palavra de Deus, sem distorções ou modernismos que traiam o depósito sagrado confiado à Igreja.

  • Viver a santidade com coragem — Catarina não temia dizer a verdade aos grandes, mesmo correndo risco de perseguição. Exortaria os religiosos de hoje a abandonarem a tibieza e abraçarem a cruz com firmeza.

  • Colocar Cristo no centro da Igreja — Em suas visões, Catarina sempre falava de Cristo como Esposo da Igreja. Ela lembraria que a Igreja não é uma instituição humana, mas o Corpo de Cristo, e que quem a guia deve primeiro amá-la profundamente.

  • Combater os escândalos com penitência e oração — Catarina era mulher de intensa penitência e oração. Ensinaria que a reforma da Igreja não se faz com estruturas ou estratégias humanas, mas com conversão do coração, começando por quem a governa.

Santa Catarina de Siena, Doutora da Igreja, foi uma luz em meio à escuridão de seu tempo. Se pudesse falar hoje aos cardeais, bispos e religiosos, repetiria com firmeza: "Sejam homens de oração, de santidade e de coragem. Não temam os poderosos do mundo, mas temam trair a Cristo e suas ovelhas."

Sua vida permanece como farol para os tempos de crise: Deus pode levantar até a mais humilde das criaturas para restaurar sua Igreja quando os grandes vacilam. Que os religiosos de hoje escutem essa voz profética e retornem à fidelidade total a Nosso Senhor Jesus Cristo. (Redação: Vida e Fé Católica)