Mons. Eleganti adverte em Roma: “Nem todas as religiões são caminhos para Deus”

05/12/2025

Eleganti sustenta que é impossível atribuir a Deus, como vontade positiva, religiões que negam a divindade de Cristo ou da Trindade 

Em uma intervenção no Fórum de Vida em Roma em 4 de dezembro de 2025, recolhido pela Site da vida' o bispo suíço Marian Eleganti avisou que a ligação "fraternidade universal" não pode ser separado de Jesus Cristo sem cair num relativismo religioso que esvazia o Evangelho de seu conteúdo. Diante da ideia de que todas as religiões seriam igualmente caminhos para Deus, o prelado recordou que a única mediação salvífica é a de Cristo e que a missão da Igreja não pode ser diluída num simples diálogo inter-religioso sem verdade.

Por INFOVATICANA

De Assis para "espírito de Assis": risco de sincretismo

Mons. Eleganti revisou a origem e o desenvolvimento do encontros inter-religiosos de Assis promovida por São João Paulo II a partir de 1986, lembrando que desde o início houve reservas na Cúria e entre bispos sobre o perigo da "heresia do sincretismo" e para dar a impressão de que todas as religiões estão no mesmo nível.

De acordo com o texto divulgado pelo Site da vida, o bispo cita tanto os esclarecimentos de João Paulo II —que quis evitar uma "oração universal comum"— como as preocupações do então Cardeal Ratzinger e as advertências posteriores de Bento XVI, que tentou fechar o caminho para interpretações relativistas, lembrando o ensino da declaração Dominus Iesus.

Eleganti destaca o peso das imagens midiáticas: para muitos fiéis mal educados, ver líderes de diversas religiões juntos rezando pela paz pode alimentar a ideia de que "uma religião vale tanto quanto outra" e aquilo Jesus Cristo seria apenas mais um entre vários mediadores. Nesse sentido, fala do chamado "espírito de Assis" como um rótulo vago que, na prática, tem servido a alguns para justificar tendências relativistas no seio da Igreja.

Críticas diretas às palavras de Francisco em Cingapura e à Declaração de Abu Dhabi

O bispo vai um passo além e critica abertamente certas declarações do papa O Francisco. Em particular, qualifica-se como "objetivamente escandaloso" suas palavras no Catholic Junior College, em Cingapura, em setembro de 2024, quando o Papa disse aos jovens que "todas as religiões são um caminho para Deus" e ele os comparou com "diferentes línguas" para chegar ao próprio Deus, insistindo que "Deus é Deus para todos" e que todos seríamos "filhos de Deus" por natureza.

Para Eleganti, aquela visão contradiz a fé católica porque dilui a unidade de Cristo como único caminho para o Pai e transforma a missão em simples acompanhamento sem conversão. Na opinião dele, é uma forma de pluralismo religioso o que ele considera ofensivo falar de uma religião "verdade verdadeira" comparado a outros, e que rejeita a ideia de que o cristianismo deve anunciar a verdade de Cristo a todos os povos.

Nessa mesma linha, critica duramente o Declaração de Abu Dhabi, especialmente a passagem que afirma que o pluralismo das religiões faria parte do "sábia vontade divina".  Eleganti sustenta que é impossível atribuir a Deus, como vontade positiva, religiões que negam a divindade de Cristo ou da Trindade, e aponta em particular para o Islamismo como religião estruturalmente oposta ao cristianismo, tanto na teoria quanto na prática histórica. Qualificar como "falso" a afirmação de que "as religiões nunca incitam a guerra ou o ódio", lembrando que os textos fundadores e a história de algumas religiões contrariam abertamente essa formulação.

Missão, diálogo e verdade: contra a renúncia prática do mandato missionário

Em sua conferência, Eleganti denuncia que, durante décadas, em muitos ambientes o conceito de foi substituído missão para o de "diálogo"', "colaboração" ou ou "aprendizagem intercultural" por isso, não é mais considerado aceitável tentar convencer os outros da verdade de Cristo. De acordo com o texto publicado pelo Site da vida, o bispo vê nisso uma concessão a uma cultura que ele odeia reivindicações reais e considera ofensivo afirmar que Jesus Cristo é o único Salvador.

O prelado lembra que o comando de Cristo de "fazer discípulos de todos os povos" ainda é válido e não pode ser abandonado sem deixar de ser verdadeiramente católico. Pregar não significa mais —advertes— fazer ativismo sociopolítico por causas genéricas (clima, migrações, etc.), mas sim anunciar Jesus Cristo morto e ressuscitado, único Caminho, Verdade e Vida.

Em sua opinião, o "diálogo" entendido como relativismo, em que nenhuma das partes pode sustentar uma verdade superior à outra, acaba sendo inútil, porque renuncia a buscar antecipadamente a verdade. Eleganti lembra que para a Igreja o diálogo está ligado ao testemunho e ao anúncio, e que a conversão é produzida por Deus, não a retórica humana.

Filhos de Deus pela fé e pelo batismo, não por mera natureza

Na parte final do discurso, o bispo suíço insiste num ponto chave: nem todos os homens são "filhos de Deus" no sentido cristão pelo mero fato de existir, mas os que acolhem a Cristo pela fé e batismo. Cita o prólogo do Evangelho de São João: aos que nEle creem "deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, que não nascem da carne nem do sangue, mas de Deus".

Por isso mesmo, alerta contra os projetos de "fraternidade universal" que dispensam a Cristo e reduzem a fé a uma ética humanitária ou a uma espécie de "Reino de Deus secularizado" baseada apenas na tolerância e no consenso político. Tal fraternidade, diz ele, ela não é cristã porque requer esconder ou diminuir a mediação única de Jesus Cristo, a fim de ser assinado por todos.

Eleganti conclui que só em Cristo, Verdadeira luz vindo ao mundo, funda-se a autêntica irmandade entre os homens, e qualquer modelo de unidade humana que substitua ou relativize essa verdade acaba sendo mais uma construção ideológica, sustentada por fragmentos amputados do Evangelho. (Fonte: INFOVATICANA)

O que é purgatório? É um lugar de sofrimento onde as almas dos justos acabam de expiar seus pecados, antes de entrar no céu.

Inspirado, o Apóstolo São Paulo advertiu São Timóteo — e nele todos nós — que "virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação.