no qual os 133 cardeais com menos de 80 anos, de um total de 135, se reunirão na Capela Sistina para eleger o novo Bispo de Roma e Pontífice da Igreja Católica, após a morte do Papa Francisco em 21 de abril.
(InfoCatólica) A tradicional cerimônia de entrada, que acontecerá em dois espaços: a Capela Paulina e a Capela Sistina. Primeiro, os cardeais se reunirão na Capela Paulina do Palácio Apostólico, onde uma procissão solene será conduzida pelo mestre de cerimônias pontifícias, que carregará a cruz processional, seguido por ceroferários, cantores, representantes de organismos eclesiásticos e, finalmente, os cardeais eleitores em ordem de classificação: diáconos, sacerdotes e bispos.
Embora de acordo com o protocolo coubesse ao decano do Colégio dos Cardeais, Giovanni Battista Re, presidir esta cerimônia, sua idade avançada o impedirá de participar do conclave, assim como o vice-decano Leonardo Sandri. Em vez disso, o evento será conduzido pelo cardeal Pietro Parolin, ex-secretário de Estado do Vaticano, que conduzirá a invocação inicial à Santíssima Trindade e convidará os presentes a entrar no conclave em espírito de discernimento, oração e obediência ao Espírito Santo.
"Tendo celebrado os mistérios divinos, entraremos agora no Conclave para eleger o Romano Pontífice. Toda a Igreja, unida a nós na oração, invocará incessantemente a graça do Espírito Santo, para que um Pastor digno de todo o rebanho de Cristo seja escolhido por nós", proclamará o cardeal italiano antes de cantar o hino Veni Creator Spiritus, uma invocação tradicional ao Espírito Santo que marcará o início espiritual das deliberações.
Solene juramento e fechamento da Capela Sistina
Uma vez na Capela Sistina – decorada com afrescos de Michelangelo que recordam o Juízo Final e a Criação – os cardeais farão o juramento solene de cumprir a Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, que regulará todos os aspectos do conclave.
Um por um, cada cardeal pronunciará a fórmula:
"E eu, Cardeal N., prometo, obedeço e juro", enquanto colocava a mão sobre os Evangelhos. Entre os compromissos assumidos estará o de manter sigilo absoluto sobre o que acontece dentro do conclave e rejeitar qualquer tipo de interferência externa, sob pena de excomunhão automática (latae sententiae).
Em seguida, o Mestre de Cerimônias, Mons. Diego Ravelli, pronunciará a emblemática frase "Extra omnes" ("Todos fora"), ordenando a partida de todas as pessoas não autorizadas. As portas da Capela Sistina serão então fechadas, que permanecerão sob estrita vigilância durante o processo de eleição do novo papa.
Calendário e horários das fumaças
Durante o conclave, os sinais visíveis para o mundo exterior estarão concentrados na pequena chaminé instalada no telhado da Capela Sistina. A partir daí, a fumaça preta ou branca anunciará se o novo papa foi eleito.
- Quarta-feira, 7 de maio (primeiro dia):
Após a celebração da Missa Pro eligendo Pontifice pela manhã, às 10h00, apenas uma votação será realizada à tarde.
A fumaça (branca se houver escolha, preta se não) será esperada entre 18h00 e 19h00. - A partir de quinta-feira, 8 de maio:
Serão realizadas até quatro votações diárias: duas pela manhã e duas à tarde.- Fumaça matinal:
– Se o Papa for eleito na primeira votação da manhã, a fumaça branca aparecerá por volta das 10h30.
– Se não houver eleição, será realizada uma segunda volta. Ambas as cédulas serão queimadas juntas, gerando fumaça por volta das 12h00. - Fumaça da noite:
– Se o papa for eleito na primeira votação da tarde, a fumaça branca aparecerá por volta das 17h30.
– Se não houver eleição, será realizada uma segunda volta. As cédulas serão queimadas juntas, gerando fumaça por volta das 19h00.
Deste modo, os fiéis deverão estar atentos todos os dias a quatro possíveis momentos-chave: dois de manhã (10h30 e 12h00) e dois da tarde (17h30 e 19h00), nos quais poderá ser anunciada a eleição do novo Pontífice.
O processo de votação
O ritual do conclave será cuidadosamente estruturado. Cada cardeal escreverá em latim o nome do candidato de sua escolha em uma cédula, que ele colocará em uma urna na frente de seus irmãos eleitores. Três grupos de cardeais – escrutinadores, revisores e informantes – garantirão uma contagem precisa. No final de cada dia, as cédulas serão queimadas: se uma maioria de dois terços não for alcançada, a fumaça será preta. Se houver uma escolha, será branco.
A eleição do novo papa
Quando um cardeal atingir os dois terços necessários, ser-lhe-á perguntado:
«Acceptas electionem de te canonice factam in Summum Pontificem?»
(Você aceita a eleição canônica de você como Sumo Pontífice?)
Se você aceitar, será solicitado que você escolha um nome. Naquele momento, ele se tornará o novo Papa e Bispo de Roma, e se retirará para a Sala das Lágrimas para se vestir com as vestes papais.
"Habemus Papam": o anúncio ao mundo
Da varanda central da Basílica de São Pedro, o cardeal protodiácono anunciará ao mundo o tradicional: "Habemus Papam...", seguido do nome do novo papa. O Pontífice comparecerá diante dos fiéis para dar sua primeira bênção Urbi et Orbi (à cidade e ao mundo).
Solene Início do Pontificado
Nos dias seguintes, será celebrada a Missa de inauguração do Pontificado, durante a qual o novo Papa receberá o Pálio, símbolo de sua autoridade pastoral. Esta missa substituirá a antiga coroação pela tiara e marcará oficialmente o início de seu ministério como pastor da Igreja universal.
Um processo guiado por séculos de tradição e confidencialidade
Regido pela Constituição Universi Dominici Gregis, o conclave será uma cerimônia cheia de simbolismo, oração, isolamento e profundo respeito pelo discernimento espiritual. Tudo será projetado para proteger a liberdade dos eleitores e evitar qualquer pressão externa. A confidencialidade será absoluta e a quebra de sigilo levará à excomunhão automática. Os cardeais residirão na Casa Santa Marta e não terão contato com o mundo exterior até que o novo papa seja eleito. (Fonte: INFOCATOLICA)