Comunhão Sacrílega para casais não casados é cada vez mais comum

20/12/2025

Não é misericórdia quando nada é feito para impedir que uma pessoa seja condenada eternamente

Há poucas semanas estava sentado no confessionário antes de celebrar a Santa Missa, como costumo fazer, quando uma menina de vinte e poucos anos veio se confessar. Essa menina carregava nos braços um bebê de poucos meses. Fiquei emocionada com esse show que já é raro na Espanha –, uma jovem carregando um bebê e indo confessar. Fiz-lhe as perguntas de sempre:

Por Padre Lucas Prados

  • Quanto tempo faz desde a última confissão? E ela me respondeu: Há tantos meses...

Terminada a confissão, impus-lhe penitência e dei-lhe absolvição.

Continuei sentada no meu confessionário e estranhamente outra pessoa veio se confessar. Faltando cinco minutos para o início da Santa Missa, dirigi-me à família que havia encomendado a Missa, e que por sinal eram os únicos a assistir à celebração em um povoado que chega a três mil habitantes, quando uma das avós do bebê antes mencionado vem diante de mim e me diz:

  • Padre! Você gosta da minha neta! Aqui lhes apresento minha nora! – (que por sinal era a garota que acabara de confessar). Bem você vê, como você sabe eu gostaria de me confirmar e eu também gostaria que minha nora se confirmasse. Ele não reside nesta cidade, mas como mora com meu filho em ...., e no próximo ano eles planejam se casar...

Quando ouvi isso, tive que me esforçar para manter a calma.

  • Essa garota acabou de confessar e está morando com um jovem sem ser casada? –Eu pensei.

Disfarçando da melhor maneira possível, chamei a jovem mãe de lado e disse-lhe que já que estava morando com um homem sem estar casada na Igreja, ela não podia confessar-se e é claro que também não podia comungar. A garota saiu calada sem dizer nada naquele momento.

Terminada a Missa, e enquanto EU tirava meus paramentos sagrados, a mãe da jovem –, que também viera à Missa, se aproxima, muito zangada e me diz:

  • Padre! Por que você negou a minha filha Comunhão? Você confessou mas depois negou a Comunhão? Eu não entendo!

Criei coragem e paciência e respondi:

  • Sua filha vive com um homem sem ser casada e como consequência está vivendo em pecado mortal. Enquanto aquela situação não for resolvida, ela não pode confessar ou comungar. Eu a confessei há um tempo porque não sabia nada sobre sua situação conjugal e quando ela me disse que fazia pouco tempo desde sua última confissão, assumi que ela era casada...

E a mulher me respondeu:

  • Pois bem, na minha paróquia Padre Paco a confessa e lhe dá a Comunhão!
  • Minha boa senhora. O que o padre Francisco está fazendo é errado. Você não pode confessar ou dar Comunhão a uma pessoa enquanto ela vive naquela situação conjugal irregular. No mesmo dia do casamento pode confessar-se e na Missa nupcial pode receber a Eucaristia. – Disse-lhe. A boa senhora gritou e saiu de mau humor.

Na semana seguinte o sacristão da paróquia me pergunta:

  • Padre Lucas, o que aconteceu com fulana? Elas dizem que não vão mais vir à Igreja porque você não quer lhe dar a Comunhão...

Desde então, nunca mais tive notícias da jovem mãe, das avós, nem de ninguém daquela família. E EU me pergunto: Será que nossa fé mudou tanto a ponto de não percebermos o que é certo ou errado? Por parte o que existem padres, bispos... que falam levianamente sobre questões tão sérias, confundem e provavelmente condenam as pessoas ao inferno para sempre? O pecado que os fiéis cometem se vierem receber a Eucaristia em pecado mortal é muito grave; mas mais grave ainda é o daqueles que "encorajam" de uma forma ou de outra para aquelas pessoas o fazerem. Padres, bispos... que é assim que eles agem, estão condenando seus fiéis. Quando Deus vier julgar, que aqueles clérigos se preparem porque o castigo de Deus será eterno.

Aos que dão este conselho eu os lembraria das seguintes palavras de nosso Senhor Jesus Cristo:

"Disse aos discípulos: -É impossível que não venham escândalos; mas ai daquele por quem vierem! É melhor que ele tenha uma pedra de moinho encaixada em seu pescoço e jogada no mar" (Lucas 17: 1-2).

Alguns dizem que os sacerdotes devem ter misericórdia nessas situações. A misericórdia autêntica para com eles é ensinar-lhes o caminho do bem e ajudá-los para que possam segui-lo. É não ter misericórdia do pecador quando não lhe é dita a verdade ou advertida de sua situação de pecado. Não é misericórdia quando nada é feito para impedir que uma pessoa seja condenada eternamente. E mais, seria adotar uma atitude covarde, irresponsável e anticristã; e só um endemoninhado daria tal conselho.

Caso alguém tenha dúvidas ou não entenda a resposta que dei à jovem, tentarei explicar brevemente o que é a doutrina da Igreja a esse respeito:

1.-Se um homem e uma mulher católicos que são solteiros vivem juntos como marido e mulher sem serem casados na Igreja, eles vivem em concubinato. Concubinato é pecado mortal. Enquanto tal situação de pecado permanecer, não podem confessar-se nem comungar. Uma das condições para que o sacerdote absolva os pecados é que o penitente mostre que tem a intenção de emendar (vontade firme de não voltar a cometer o mesmo pecado; fornecendo os meios necessários para tanto). Este propósito não existe neste caso, uma vez que desejam continuar vivendo juntos. Na ausência de uma das condições essenciais para a validade de uma confissão, a confissão é nula e sacrílega. E por terem pecado mortal, também não podem chegar perto de receber a Comunhão. A única solução factível para esse casal é (simplificando) separar-se ou casar-se na Igreja.

2.-Se um homem e uma mulher católicos vivem juntos como marido e mulher, mas um deles já foi casado na Igreja anteriormente, ele está cometendo adultério. O adultério é um pecado mortal, por isso não pode chegar perto da confissão ou da Comunhão pelas razões acima. A única solução factível para aquele casal é separar-se. (Fonte: Adelante La Fe) Tradução: Vida e Fé Católica)