Como viver em estado de graça no meio de milhares de pessoas que vivem longe de Deus

O estado de graça acontece quando a alma está limpa de pecados. O melhor momento é logo depois da confissão. A alma está reconciliada com Deus e num estado de completa felicidade e tranquilidade.

Entretanto a pessoa tem que sair da igreja e continuar sua vida no mundo. Então começam as dificuldades; muitas vezes no mesmo momento em que a pessoa sai do confessionário.

Viver no mundo moderno é um desafio extremo para que as almas mantenham seu estado de graça. A graça nos é dada no batismo, quando livres do pecado original, passamos a ser filhos de Deus. O ideal seria manter este estado o tempo todo. Mas os pecados nos distanciam de Deus e a única solução é a confissão.

Assim, após a confissão, as pessoa faz de tudo para manter-se longe de pecados. Mas as tentações e ocasiões de pecados são muitas.

Muitas vezes a pessoa vai para o trabalho, e sem mais nem menos aparece um colega contando uma piada indecente. Outras vezes algum homem vai pela rua e sua vista é atraída para mulheres com roupas imorais. Outras vezes a pessoa está vendo na TV um filme aparentemente simples e do nada aparece aquela cena de nudez e de sexo. Outras vezes é a internet. Outras ainda, são amigos com conversas provocativas.

Muitas vezes a tentação não vem de meio externo, mas da própria pessoa. A mentira que surge do nada, apenas para ficar bem em certas situações, outras vezes a vaidade, com muitos cuidados com o corpo apenas com a finalidade de mostrar-se aos outros. Em algumas ocasiões a falta de caridade. A indiferença diante do pedinte. Outras, a desonestidade, outras a conivência com ideias e pessoas erradas apenas para não magoa-las. Em outras ocasiões a negação ou ocultação de sua fé para não parecer antiquado.

Sempre pecamos por pensamentos, palavras, atos e omissões. Sendo assim, o católico vive cercado de pecados por todos os lados. Quando está entre pessoas e quando está só, não há como escapar das ocasiões de pecado.

O que pode ser feito contra os pecados?

O primeiro passo é lembrarmos que o pecado só existe se houver por parte da pessoa, o consentimento. Por exemplo se uma pessoa está vendo um filme na TV e de repente surge uma sena impropria, o pecado só é consumado se a pessoa consentir em continuar vendo. Se imediatamente ela mudar de canal está livre. Ou seja, as ocasiões de pecado vão surgir o tempo todo, mas o nosso livre arbítrio é que vai determinar em consentir ou não.

A pessoa que deseja manter-se em estado de graça deve estar o mais atenta possível e preparada para a fuga imediata. Em muitas ocasiões não terá para onde fugir, como é o convívio com colegas que vivem longe de Deus e que não se importam nem um pouco em falar palavrões o tempo todo e viver numa conversa constante de imoralidades. Nestes casos o único que a pessoa pode fazer é não ser conivente, não participar.

Devemos analisar ainda que mesmo entre os católicos praticantes há dois grupos; os que estão encima do muro; ou seja vão à Missa uma vez por semana, são honestos, etc. e os convertidos. Estes, procuram o tempo todo estar com Deus. Vivem o mais que podem em oração, a Missa para eles não é só um ritual, mas sim o melhor momento da semana, um verdadeiro encontro com Deus. Comungam e confessam com frequência e colocam Deus acima de todas as coisas.

Para estes últimos viver no mundo é ainda mais difícil. Mas Deus lhes dá força e lhes indica o melhor caminho.

O que muito pode ajudar quem procura livrar-se dos pecados veniais, além de evita-los, é a frequência da Missa, e principalmente a "caridade que apaga uma multidão de pecados". Jesus era caridoso, por onde passava curava os enfermos, expulsava os demônios e demonstrava ter muita pena do sofrimento daquelas pessoas.

Com relação caridade, aquele que é de Deus, é atraído pelos pedintes, justamente para que manifeste a caridade e assim se livre de muitos pecados. O que não é de Deus, sobre os pedintes, sempre vem com a desculpa que estes pedem dinheiro para comprar drogas. O que nem sempre é certo. Há milhares de pessoas pelas ruas que realmente não tem como tomar um café, como comprar uma refeição. Enquadra-los entre os que pedem para compra de drogas é mera desculpa para quem não é caridoso.

A nossa caridade pode ainda ser relacionada as outras criaturas de Deus, os animais. Estes, tem os mesmos órgãos dos sentidos que nós, portanto, sentem fome, sede, frio, etc. São Francisco foi o Santo que melhor entendeu toda a criação e nos deixou grandes exemplos de seus cuidados.

O católico pode ainda, quando possível, livrar-se das más companhias. Se tem um amigo que não fala a mesma língua, ou seja, que vive de coisas mundanas, o melhor é deixar essa amizade. Devemos lembrar que Jesus veio para dividir. Tudo deve ser feito para a salvação de nossas almas. Mais vale perder um amigo agora, ou mesmo um parente, que perder a vida eterna.

A nossa salvação é algo muito sério e difícil no mundo em que vivemos cercado de prazeres, de riqueza e de tudo que nos afasta de Deus. Não é sem motivo que durante toda a história da igreja e mesmo nos dias atuais, milhares de católicos buscaram e buscam os conventos e eremitérios para ficar longe do mundo e assim ter menos oportunidades de pecar.

Deus nos chamou à santidade. Além de todos os cuidados que devemos ter, podemos seguir o exemplo dos santos e rogar muito a Deus para nos ajudar, certamente seremos atendidos e conseguiremos passar por essa curta vida em busca da eternidade. (da Redação)