Cisma entre a Igreja Católica Tradicional e a Igreja Progressista é só uma questão de tempo
Por um lado, cresce o número de católicos tradicionais em todo o mundo. Por outro, cresce os desmandos dos progressistas. A separação será inevitável.

A história da Igreja de Cristo sempre foi marcada por momentos de crise e de purificação. Assim como nos primeiros séculos houve divisões e heresias que tentaram abalar os fundamentos da fé, também em nossos tempos vivemos uma situação delicada: uma divisão silenciosa, mas cada vez mais evidente, entre a Igreja Católica Tradicional e a chamada Igreja Progressista.
O recente cisma dentro da Igreja Anglicana — onde parte dos fiéis e clérigos se afastaram em protesto contra as inovações doutrinárias e morais — acendeu um alerta entre os católicos. Muitos percebem que as mesmas causas que levaram à ruptura anglicana estão hoje amadurecendo dentro da própria Igreja Católica.
1. O início da ruptura: o Concílio Vaticano II
Durante quase dois mil anos, a Igreja manteve-se firme e imutável em sua doutrina, liturgia e moral. Essa fidelidade à Tradição era o reflexo das palavras do Senhor:
"O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão" (Mateus 24,35).
No entanto, com o Concílio Vaticano II (1962–1965), iniciou-se um processo de mudança profundo que, embora apresentado como "aggiornamento" (atualização), provocou uma revolução na prática e na mentalidade católica.
A Missa Tridentina — celebrada por séculos e sancionada "para todos os tempos" por São Pio V — foi praticamente abolida, substituída por uma liturgia moderna e adaptada ao "espírito do mundo".
A partir de então, dois caminhos começaram a se formar dentro da mesma Igreja:
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O caminho da Tradição, fiel ao Magistério perene, à Missa de sempre e à disciplina moral católica.
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E o caminho do progressismo, que busca adaptar a Igreja às ideologias do mundo moderno, relativizando verdades eternas.
2. O agravamento sob o Papa Francisco
Com o pontificado do Papa Francisco, a tensão tornou-se mais evidente. O Motu Proprio Traditionis Custodes (2021) foi uma das medidas mais severas contra os fiéis da Missa Tridentina.
O documento transferiu aos bispos o poder de permitir — ou negar — a celebração da Missa Tradicional, resultando no fechamento de muitas capelas e na perseguição de comunidades inteiras.
Além disso, a escolha sistemática de bispos e cardeais de linha progressista, feita pelo então cardeal Robert Prevost — agora Papa Leão XIV — intensificou a exclusão da Tradição.
Mas, como ensina a Escritura,
"Nada podemos contra a verdade, senão em favor da verdade" (2 Coríntios 13,8).
O resultado foi o oposto do que esperavam: nunca a Missa Tridentina teve tantos fiéis. Jovens, famílias inteiras e vocações sacerdotais têm migrado para as comunidades tradicionais, onde encontram reverência, silêncio, doutrina sólida e a sacralidade que o mundo moderno perdeu.
3. O avanço da Igreja Progressista
A Igreja progressista, por outro lado, tem buscado agradar ao mundo com discursos de inclusão, relativismo e ecumenismo exagerado.
Procuram mostrar a Igreja Católica como "uma religião entre outras", esquecendo que o próprio Cristo afirmou:
"Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim" (João 14,6).
Essa tendência de diluir a fé para conquistar simpatia tem afastado os fiéis sinceros, que veem nas mudanças um distanciamento cada vez maior do Evangelho.
A adaptação aos costumes modernos, a aceitação do pecado como "diversidade", e a omissão diante dos erros doutrinários têm levado muitos católicos a procurar refúgio nas comunidades tradicionais.
4. O ponto decisivo: a Missa Tridentina
A Missa Tridentina é o pilar da resistência católica. Nela, o fiel percebe a majestade de Deus, a centralidade do sacrifício e a continuidade da fé dos santos.
Quando o Vaticano apertar definitivamente o cerco contra a Missa de sempre, será o momento decisivo.
Como no passado, Deus suscitará os que permanecerão fiéis.
"Permanecei firmes e guardai as tradições que vos foram ensinadas" (2 Tessalonicenses 2,15).
As Fraternidades e Institutos ligados à Tradição — como a FSSPX, a Fraternidade São Pedro, o Instituto Cristo Rei e tantos outros — têm se tornado abrigo e refúgio para as almas que buscam a fidelidade à doutrina imutável.
5. A inevitabilidade do cisma
Tudo indica que o cisma entre a Igreja Católica tradicional e a progressista é apenas questão de tempo.
A convivência tornou-se quase impossível: de um lado, uma Igreja fiel à doutrina e à liturgia de sempre; de outro, uma estrutura dominada por ideologias modernistas e mundanas.
Assim como o joio cresce junto ao trigo, chegará a hora em que o próprio Deus fará a separação (cf. Mateus 13,30).
Conclusão
O futuro da Igreja será purificado pelo fogo da fidelidade.
Aqueles que perseverarem na verdadeira fé, mesmo perseguidos, conservarão a chama do Evangelho que não pode ser apagada.
"Sereis odiados por causa do meu nome; mas aquele que perseverar até o fim será salvo" (Mateus 24,13).
A Igreja Católica Tradicional — hoje marginalizada — é a mesma que guardou o depósito da fé por dois mil anos.
E quando o mundo eclesiástico moderno ruir sob o peso de suas próprias contradições, será a Tradição que sustentará novamente o povo de Deus, como um farol em meio à tempestade. (Redação: Vida e Fé Católica)







