A santidade do corpo humano
Queridos leitores, desejo hoje abordar uma questão que considero absolutamente crucial no tempo em que estamos passando no Ocidente,
Imagine tentar explicar as cores a uma pessoa cega de nascimento.
Como descrever o azul do céu ou o verde das árvores a quem nunca viu? Nenhuma explicação, por mais poética ou lógica, será suficiente. O motivo é simples: sem a visão, o ser humano não possui o órgão necessário para experimentar o que são as cores. Elas existem, são reais, mas inacessíveis para quem nasceu sem enxergar.
Da mesma forma, existe uma cegueira espiritual, muito mais comum e, infelizmente, muito mais ignorada. Trata-se da incapacidade de perceber o mundo sobrenatural: o Céu, o Purgatório, o Inferno, a presença dos anjos, a ação da graça, os efeitos do pecado. Essas realidades não são visíveis aos olhos físicos, mas nem por isso deixam de existir. Faltaria à alma, neste caso, um "órgão espiritual" – um sentido da fé –, que só pode ser ativado e fortalecido pela abertura à graça divina.
Assim como o cego precisa acreditar nos outros quando lhe dizem que as cores existem, também o homem precisa acreditar na Palavra de Deus, nas Escrituras, no magistério milenar da Igreja, nos santos e místicos que, por permissão divina, tiveram vislumbres do além. A fé, nesse sentido, é o ouvido da alma: é por ela que escutamos o que não vemos, é por ela que entendemos o que nos é invisível.
Quantos vídeos comovem o mundo mostrando surdos escutando pela primeira vez com a ajuda de um aparelho, ou cegos que, por uma cirurgia, passam a enxergar? Quase sempre o instante é marcado por lágrimas. Por quê? Porque lhes é revelado um mundo que sempre esteve ao redor, mas inacessível até então. E essa emoção é apenas um pálido reflexo do que a alma experimenta quando começa a despertar para Deus e o mundo espiritual.
O momento da morte será para muitos a dolorosa ou gloriosa descoberta: existe um mundo além do mundo físico. E como no caso do cego que volta a ver, a alma, ao se desprender do corpo, passará a ver com clareza o que antes lhe era apenas anunciado. Para os que se prepararam, será o início da verdadeira vida. Para os que zombaram da fé, será o momento do choque irreversível.
Felizmente, há uma forma de despertar esse sentido espiritual ainda nesta vida. Quanto mais a pessoa se volta para Deus, quanto mais vive os mandamentos, pratica a oração, se aproxima dos sacramentos e segue com fidelidade os ensinamentos da Igreja, mais a sua alma começa a ver com os olhos da fé. É o que os santos chamam de estado de graça, em que Deus concede uma percepção interior do que é eterno.
O católico fiel vive nesta vida como quem já enxerga um pouco da outra. E é por isso que ele se esforça para fazer o bem, para seguir o caminho estreito, para fugir do pecado. Ele já começou a ver. Ele já começou a ouvir. Sua alma não é mais cega.
No fim das contas, existem dois tipos de cegueira: a física, que pode ser curada por meios humanos, e a espiritual, que só Deus pode curar. A primeira é uma limitação do corpo. A segunda, quando não enfrentada, pode ser a perdição da alma.
Por isso, é urgente abrir os olhos da fé e permitir que a luz da verdade ilumine os recantos escurecidos da alma. Porque "nós andamos por fé, e não pela vista" (2Cor 5,7), e no fim, só os que veem com os olhos de Deus entrarão na luz eterna. (Redação: "Vida e Fé Católica")
Queridos leitores, desejo hoje abordar uma questão que considero absolutamente crucial no tempo em que estamos passando no Ocidente,
Como a espiritualidade católica e a meditação e os métodos de concentração no Extremo Oriente diferem?
Começam os estertores da morte. Aqueles que dançaram com Pachamama e sonharam com uma Igreja fluida agora franzem a testa: