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Cardeal Müller: "Não nos é permitido secularizar o papado modelando-o de acordo com estereótipos políticos e midiáticos"
A principal tarefa dos cardeais no conclave não é eleger um continuador das ideias particulares de qualquer papa anterior,

Por Javier Arias
Neste domingo, os cardeais aproveitam a oportunidade para celebrar a Eucaristia em suas respectivas igrejas titulares. O cardeal Müller celebrou a missa dominical na igreja de Santa Inês em Agonia, localizada na Piazza Navona.
Cortesia do Cardeal Müller, oferecemos-lhe a homilia completa proferida pelo cardeal alemão traduzida para o espanhol.
Homilia do Cardeal Müller:
A eleição do sucessor de São Pedro, Príncipe dos Apóstolos, no próximo conclave oferece-nos a oportunidade de reflectir sobre a missão da Igreja. A Igreja não é uma organização humana, mas o corpo de Cristo, que é o Filho de Deus. O Senhor ressuscitado disse aos Apóstolos: «Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós» (Jo 20, 21). Eles pregaram o Evangelho «para que o mundo creia que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e que, crendo, tenha vida em seu nome» (cf. Jo 20, 31).
Nos discursos de despedida pronunciados por Jesus, na aproximação da sua Paixão, ele responde ao pedido do apóstolo Filipe: «Senhor, mostra-nos o Pai, e isto nos basta» (Jo 14, 8). E com esta resposta, ele nos leva ao centro de nossa fé. Depois de Jesus ter dito: «Se Me conhecestes, conhecereis também o Meu Pai; já agora O conheceis e O vistes» (Jo 14, 7), Filipe interrogou-se como era possível ver Deus, que «habita numa luz inacessível: ninguém entre os homens O viu nem O pode ver» (1 Tm 6, 7). 16). E a resposta de Jesus foi: «Quem Me vê, vê o Pai» (Jo 14, 9).
E reconhecemos tudo isto quando olhamos Jesus nos olhos, oferecendo-nos sem malícia ao seu olhar. Deus nos abraça com sua infinita misericórdia e seu amor é tão grande que ele não apenas morre por nós, mas como nós somos. Ele carregou o fardo de nossos pecados até a morte na cruz e os carregou para a sepultura. A morte não tem mais poder sobre Jesus ou sobre nós, que formamos um só corpo com Cristo. Este é o Credo da Igreja, que Paulo deu aos Coríntios como ele mesmo o tinha recebido: Cristo morreu pelos nossos pecados segundo as Escrituras, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e apareceu a Cefas (= Pedro) e depois aos Doze (cf. 1 Cor 15, 3-5). Assim, no testemunho originário da ressurreição (1 Cor 15, 3-5), Pedro, juntamente com o colégio dos apóstolos, é o garante central da identidade do Jesus da história e do Cristo pascal da fé.
Nas aparições do Senhor ressuscitado, Jesus dá a ele e aos outros apóstolos a prova de que vive com Deus e voltou para o Pai. Ele não renunciou à sua natureza humana, mas viverá para sempre, Verbo feito carne, com seu Corpo glorificado em comunhão com o Pai e o Espírito Santo. Ele é a Cabeça do corpo que é a Igreja. E a Igreja de Deus Uno e Trino é em Cristo o sacramento universal da salvação do mundo.
Ao constituir para sempre a sua Igreja como sacramento universal de salvação do mundo em Cristo, Deus quis também a continuação do ministério apostólico dos Bispos e, em particular, do Romano Pontífice. O Papa exerce o ministério petrino unindo todos os bispos e fiéis na profissão de fé em Cristo, Filho de Deus vivo. E Jesus, no Cenáculo, antes da Paixão, confiou a Pedro a tarefa de confirmar a fé dos seus irmãos. E, por fim, o Senhor ressuscitado confia a Pedro o ofício de pastor universal.
Diante do Sinédrio histórico, isto é, diante de todas as autoridades religiosas, civis e anticristãs do mundo de todos os tempos, "Pedro, cheio do Espírito Santo, confessa em nome de Jesus de Nazaré, a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos": "Este Jesus é a rocha que foi rejeitada por vós, os construtores, e isso se tornou a pedra angular. Em nenhum outro lugar há salvação; pois não há nenhum outro nome debaixo do céu, dado entre os homens, pelo qual seja designado que sejamos salvos." (Atos 4:11 e ss).
Devemos lembrar que a principal tarefa dos cardeais no conclave não é eleger um continuador das ideias particulares de qualquer papa anterior, mas o futuro sucessor de Pedro, que é o princípio visível e perpétuo e o fundamento da unidade da Igreja na verdade revelada.
Deve ficar bem claro para todos que a continuidade dos 266 pontificados sucessivos até agora consiste no cumprimento da missão que o Senhor confiou pela primeira vez a Simão como figura histórica, constituindo nele para sempre Pedro, ou seja, o ministério petrino. E assim Cristo, o próprio Chefe da Igreja, define o que um Papa deve ser e fazer. Não temos permissão para secularizar o papado modelando-o de acordo com estereótipos políticos e da mídia.
O Concílio Vaticano II afirma na Constituição dogmática sobre a Igreja "Lumen gentium" que, segundo a fé católica e apostólica, o bispo romano em sua cadeira "é o sucessor de Pedro, é o vigário de Cristo e é a cabeça visível de toda a Igreja", que, junto com os bispos, "governa a casa do Deus vivo". (LG 18).
Esta definição do ministério petrino perpétuo pelo próprio Cristo e a sua interpretação dogmática pelo magistério supremo dos dois mais recentes Concílios ecuménicos são consideradas a mais importante orientação a ser fielmente observada na eleição pontifícia para a qual se preparam os cardeais da Santa Igreja Romana.
Oremos para que o Espírito Santo nos mostre a pessoa digna a quem Jesus dirá: "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. A ti darei as chaves do reino dos céus, e tudo o que ligares na terra será ligado no céu, e tudo o que desligares na terra será desligado no céu." (Mateus 16:18). Amém. (Fonte: INFOVATICANA)
A questão de saber se o Papa é escolhido pelo Espírito Santo tende a despertar paixões intensas.
Para Gotti Tedeschi, a própria autoridade moral da Igreja está em jogo
Mas o mal menor, neste caso, pode ser um mal catastrófico.
O maior triunfo de Satanás foi nos fazer acreditar que ele não existe.