Bênçãos... Maldições... Absolvições...

20/01/2024

Concretizando conceitos, tão vulgarizados em nossos tempos liberais, superficializados por tais visões terrenas e materializadas, corroídos pelos eufemismos das autojustificativas subjetivas, podemos ter chegado a duvidar do que é autenticamente irredutivelmente irrefutável.

Por P. D. Jesús Calvo Pérez

E se esses mesmos conceitos passam a ser colocados na boca de figuras públicas de certa importância, eles não estão livres das ambiguidades e usos do vulgar, muito menos para se livrar de dúvidas.

Benção, deriva do latim "bene dicere"; Dizer bem de algo ou de alguém é aprovar sua categoria específica, justificar sua ação ou sua necessária e sempre desejável bondade de sua existência, como insubstituível e conveniente.

Maldição, por outro lado, é o oposto polar: a "maledicere" de falar mal, desaprovar, condenar sua existência e reprovar suas ações, sua ideologia ou intenções de mal.

Algo absolutamente condenável porque contraditório é abençoar o pecado, o erro material ou moral, o infortúnio alheio a tudo o que ameaça o bem, o verdadeiro ou o belo. E se isso fosse levado para o âmbito da moral religiosa, o dano moral se identificaria com heresia ou apostasia, um ataque à retidão filosófico-teológica.

Por exemplo, abençoar uma aberração moral, como a, é um escândalo de dimensões públicas, por mais camuflado que seja feito em nome do amor.

Como se vê, outra distorção conceitual, que nada tem a ver com a essência estrita do amor sobrenatural da caridade, nem com os outros seis amores do reino da bondade natural, divididos nas finalidades construtivas das necessidades humanas, da convivência terrena do humano, em suas necessidades complementares físicas, psicológicas, religiosas e transcendentes (expostas e definidas em meu ensaio filosófico-teológico intitulado "Os Aspectos do Amor").

Oh, amor...!, que termo tão falsificado nessas sociedades liberais de "só é verdade, o que eu quero fazer".

Como a liberdade, outro Cavalo de Tróia para tentar justificar a injustificabilidade do egoísmo humano.

Já em Gênesis, primeiro livro da Bíblia, lemos: "Gen. 19. 23... e o SENHOR fez chover sobre Sodoma e Gomorra, enxofre e fogo do céu. Ele destruiu essas cidades e todos os vales e todos os homens nelas e até mesmo as plantas da terra."

Nada que mereça a bênção do pecado antinatural do contato sexual da homossexualidade, tão punido por Deus, já no primeiro livro bíblico, por aquela degeneração moral já praticada naquela época.

O que vamos inventar agora, que não é pior do que o que já foi catalogado como um ataque à mais sábia ordem divina tão claramente imposta, aliviada e irrefutável?

Abençoar o mal moral é tornar-se cúmplice desse mesmo mal.

Você não pode obedecer ao que você ordenou, porque para obedecer, você primeiro tem que saber comandar.

Nenhuma autoridade terrena pode estar acima da Lei de Deus, não importa o cargo civil ou eclesiástico que ocupe. Todo o resto é arrogância humana ou protagonismo vaidoso ou inconstante.

Absolvição é dissolver, libertar e libertar de uma sentença aquele que transgrediu, moral ou legalmente. Mas a absolvição, em termos religiosos, só é viável quando o pecador demonstra arrependimento sincero de seus atos maliciosos. Nada a ver com a pretensão não intencional de dor de consciência.

As absolvições de atos imorais por pura convencionalidade política nada mais são do que outro fariseu onde uma lei é distorcida, ao capricho de interesses pessoais, sem cumprir todas as sanções que o descumprimento da estrita justiça implica.

As anistias são outra invenção diabólica, distorcendo os conceitos estritos de justiça distributiva.

Ah, política, mais um Cavalo de Tróia para esconder tentativas indizíveis no eufemismo da verborragia vazia!

Toda constituição deve estar sujeita à lei divino-positiva que rege os fundamentos da lei natural e que também está consubstanciada na concretização dos Dez Mandamentos.

Antes de toda caridade, existe a Justiça inviolável.

Que a Virgem do Pilar e o Apóstolo Santiago guiem o nosso país nesta nova viagem do ano que prevê horizontes tão sombrios. (Fonte: El Español Digital)