
As “Solas Escrituras” e os erros do divórcio e da poligamia
Um dos piores erros que a Reforma protestante trouxe foi o divórcio e casamentos de segunda união

A Reforma Protestante do século XVI, ao se afastar da autoridade da Igreja e adotar o princípio da sola Scriptura, abriu caminho para graves erros doutrinários e morais que contradizem a própria Sagrada Escritura. Dois deles se destacam: a permissão do divórcio e a legitimação da poligamia.
O ensinamento de Cristo sobre o matrimônio
Nos Evangelhos, Nosso Senhor é absolutamente claro:
"O que Deus uniu, o homem não separe" (Mt 19,6).
E ainda:
"Aquele que repudiar a sua mulher e casar-se com outra comete adultério contra a primeira; e se a mulher repudiar seu marido e casar-se com outro, comete adultério" (Mc 10,11-12).
Desde os primeiros séculos, a Igreja sempre ensinou que o matrimônio é um sacramento indissolúvel. A separação pode, em alguns casos, ser tolerada, mas jamais um novo casamento enquanto o cônjuge vive.
O divórcio entre os protestantes
Ao rejeitar a Tradição e o Magistério da Igreja, os reformadores passaram a interpretar a Bíblia segundo suas próprias conveniências. Dessa forma, o divórcio — condenado pela palavra de Cristo — acabou sendo aceito nas comunidades protestantes.
Hoje, em praticamente todas as denominações evangélicas, é comum encontrar pastores e fiéis divorciados e recasados, algo que para a Igreja Católica constitui pecado mortal. Trata-se de um exemplo claro de como a leitura individualista da Escritura pode distorcer o Evangelho.
O caso da poligamia autorizada por Lutero
Outro episódio grave ocorreu com o príncipe Filipe de Hesse, um dos grandes apoiadores da Reforma. Casado, declarou que vivia em adultério e que não deixaria sua esposa, mas desejava contrair novo matrimônio com outra mulher.
Diante do impasse, recorreu a Martinho Lutero, Filipe Melanchthon, Martin Bucer e outros líderes reformadores. Após longas discussões, esses chefes protestantes concederam-lhe a permissão para tomar uma segunda esposa, enquanto a primeira ainda vivia.
A autorização foi dada por escrito em 1539, numa carta assinada por Lutero e outros reformadores. O caso ficou famoso, pois manchava ainda mais a credibilidade moral do movimento nascente.
A posição católica
Enquanto isso, a Igreja Católica sempre permaneceu fiel ao ensinamento de Cristo: um só matrimônio válido e indissolúvel, até a morte de um dos esposos. Nenhuma conveniência política ou social pode mudar essa lei divina.
O episódio do divórcio e da poligamia entre os protestantes revela a fragilidade do princípio da sola Scriptura. Quando cada líder se coloca como intérprete supremo da Bíblia, a verdade se fragmenta e abre-se espaço para graves abusos.
Conclusão
A fidelidade da Igreja Católica à indissolubilidade do matrimônio não é um peso, mas uma defesa da dignidade do amor conjugal e da família. Ao longo dos séculos, apesar das pressões do mundo, a Igreja jamais cedeu a interpretações convenientes, pois sabe que a Palavra de Cristo não pode ser mudada.
A experiência protestante mostra que, ao abandonar a Tradição e o Magistério, os homens acabam justificando até mesmo aquilo que o Evangelho condena. É por isso que o matrimônio cristão, vivido segundo a fé católica, permanece um testemunho luminoso da união entre Cristo e a sua Igreja. (Redação: Vida e Fé Católica)