As missas ecológicas vão contra a Tradição da Igreja

03/12/2025

A Santa Igreja Católica, fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo, recebeu uma missão singular e eterna: a salvação das almas. 

A Santa Igreja Católica, fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo, recebeu uma missão singular e eterna: a salvação das almas. Esta é a verdade fundamental que guiou a Igreja através de vinte séculos e a única que pode garantir o destino final e bem-aventurado de seus fiéis. Quando temas mundanos e transitórios começam a suplantar esta prioridade divina no cerne de nossa liturgia e ensino, um desvio perigoso se manifesta.

O Foco Primordial da Igreja: A Salvação das Almas

A verdadeira finalidade da Igreja não é a gestão de bens materiais, a política, ou mesmo a proteção da criação em si, mas sim a condução dos homens à vida eterna. Este princípio é claramente estabelecido pelo próprio Cristo. Quando questionado sobre a legalidade do tributo, Ele nos deu a bússola para distinguir o divino do temporal:

"Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus." (Mateus 22:21)

A ecologia, embora trate de questões reais do mundo material, é, em sua essência, um tema mundano. A administração da Terra, o cuidado com o meio ambiente e as políticas de conservação são tarefas que, segundo a própria ordem estabelecida por Cristo, pertencem à esfera do "César", ou seja, aos governos e às autoridades civis e seculares.

A Igreja, por sua vez, deve ocupar-se com o "que é de Deus": a pregação da Verdade revelada, a administração dos Sacramentos, e o ensinamento da Moral para a salvação das almas. São Tomás de Aquino, o Doutor Angélico, ensina que a perfeição da vida cristã reside na caridade, que tem Deus por objeto (Suma Teológica, II-II, Q. 184, a. 1). O foco é vertical, de Deus para o homem e do homem para Deus.

O Desvio da Fé Pela Agenda Ecológica

A Encíclica Laudato Si', do Papa Francisco, estabeleceu a base para esta nova onda ecológica dentro da Igreja. Contudo, do ponto de vista da Tradição, essa ênfase é um verdadeiro desvio da fé. Ao elevar a ecologia a uma preocupação central, a Igreja corre o risco de cair na tentação do naturalismo e do horizontalismo, obscurecendo sua missão sobrenatural.

O grande risco é que esta agenda leve os católicos desavisados a se ocuparem primariamente de temas do mundo – como a reciclagem, o clima ou a política ambiental – e a esquecerem da salvação de suas almas. O Doutor da Graça, Santo Agostinho, adverte-nos contra o amor excessivo pelas coisas terrenas:

"O amor do mundo é como um freio que nos impede de correr para Deus."

As missas ecológicas são a manifestação litúrgica mais visível deste desvio. Esses rituais, com a introdução de elementos como frutas, verduras e outros "frutos da terra" no espaço sagrado do altar, desviam a atenção que, durante a Missa, deveria ser inteiramente dedicada à adoração a Deus e ao sacrifício incruento de Nosso Senhor Jesus Cristo na Eucaristia. A Missa é a renovação do Calvário, não uma celebração da colheita. Tais inovações promovem rituais que estão longe de agradar a Deus, pois introduzem confusão e relativizam a santidade do Ato Sacrificial.

A Única Opção: O Retorno à Tradição

Os fiéis ficam em uma situação de profunda confusão. Muitos, por um natural senso de obediência, procuram seguir a orientação do Papa, mas sentem intuitivamente que estão "num barco furado", distanciando-se da verdadeira Tradição da Igreja. Infelizmente, a menção ao Papa Leão XIV no contexto da agenda ecológica (um erro factual histórico, uma vez que o Papa em questão é Francisco) apenas sublinha a percepção de que essa agenda está sendo promovida pela autoridade atual da Sé Apostólica, alienando-se do Magistério perene.

A única opção possível para aqueles que, pela graça de Deus, chegam a um entendimento da crise e da necessidade de se ater ao essencial é a procura pelas Missas Tradicionais – a Missa Tridentina ou o rito de São Pio V. Estas Missas celebram a Verdadeira Fé e a Adoração a Deus de maneira pura e imutável, mantendo o foco integral no Sacrifício e na salvação da alma.

É um fato lamentável que estes oásis de piedade e Tradição sejam, por vezes, perseguidos ou marginalizados, juntamente com os poucos movimentos que os promovem. Essa perseguição, no entanto, apenas confirma que eles se mantêm fiéis à Verdade de todos os séculos e, por isso, são um sinal de contradição para o espírito mundano que se infiltrou em certos setores da Igreja.

A missão da Igreja verdadeira é clara e imutável: a salvação das almas, e não a salvação do mundo em termos puramente seculares. (Redação: Vida e Fé Católica)

Inspirado, o Apóstolo São Paulo advertiu São Timóteo — e nele todos nós — que "virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação.