As Academias e o Sexto Mandamento: Um olhar católico tradicional
As academias são templos da vaidade, erigidos ao culto do corpo, onde o ser humano esquece o Criador para adorar a criatura.

Nos tempos modernos, as academias de ginástica se multiplicaram em cada esquina das cidades. São templos da vaidade, erigidos ao culto do corpo, onde o ser humano esquece o Criador para adorar a criatura. Sob o pretexto de "cuidar da saúde", muitos, na verdade, se dedicam ao orgulho da forma física e à exibição do corpo, ferindo assim gravemente o sexto mandamento da Lei de Deus — "Não cometerás adultério" (Êxodo 20,14).
A vaidade disfarçada de saúde
É inegável que o cuidado moderado com o corpo pode ter valor enquanto instrumento de serviço a Deus e ao próximo. Todavia, a maioria daqueles que frequentam academias o fazem movidos pela vaidade e pelo orgulho. Buscam a admiração dos outros, exibem o corpo e alimentam o amor próprio desordenado.
"Tudo o que há no mundo — a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e o orgulho da vida — não vem do Pai, mas do mundo."
(1 João 2,16)
O corpo, criado por Deus, é templo do Espírito Santo (1 Coríntios 6,19), e deve ser tratado com respeito, não como instrumento de ostentação. O culto ao corpo, tão comum nas academias, transforma-se em idolatria, substituindo o amor a Deus pelo amor a si mesmo.
Ambiente de tentação e pecado
A atmosfera das academias é, frequentemente, contrária à modéstia e à pureza cristã. Homens e mulheres usam roupas indecentes, coladas ao corpo ou demasiadamente curtas, expondo o que deveria ser guardado com pudor. Tal comportamento é um escândalo e um convite ao pecado.
"Mas eu vos digo: todo aquele que olhar para uma mulher com cobiça já cometeu adultério com ela no seu coração."
(Mateus 5,28)
Nesse sentido, tanto peca quem se veste com intenção de provocar quanto aquele que se permite nutrir olhares impuros. O ambiente se converte em um verdadeiro celeiro de pecados contra a castidade, onde o demônio encontra terreno fértil para agir através da sensualidade, da inveja e da soberba.
O tempo desperdiçado com o corpo
Outro ponto preocupante é o desperdício do tempo. Muitos passam horas nas academias, buscando um corpo perfeito, e não dedicam sequer alguns minutos à oração, à Missa ou à leitura espiritual.
"O exercício corporal é de algum proveito, mas a piedade é útil para tudo, pois tem a promessa da vida presente e da futura."
(1 Timóteo 4,8)
Quantos poderiam estar visitando um enfermo, ajudando os pobres ou cuidando da alma — e, no entanto, perdem horas diante de espelhos, alimentando a vaidade! Este desequilíbrio é sinal de uma sociedade que perdeu o sentido do sobrenatural.
O exemplo dos santos
Os santos, ao longo dos séculos, nunca buscaram o embelezamento corporal. Ao contrário, sacrificavam o corpo para elevar a alma a Deus. São Francisco de Assis chamava o corpo de "irmão asno", que precisava ser disciplinado. Santa Catarina de Sena, São João Maria Vianney, São Bento e tantos outros mortificaram a carne em favor da pureza e da humildade.
"Os que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus."
(Romanos 8,8)
Eles sabiam que o corpo é passageiro e que o verdadeiro esplendor não está na forma física, mas na alma em estado de graça.
A inversão dos valores
Hoje, as academias superam em número as igrejas. O homem moderno se preocupa mais em moldar os músculos do que em purificar o coração. Troca o confessionário pelo espelho, a oração pelo treino, a penitência pela vaidade.
"Pois onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração."
(Mateus 6,21)
A sociedade que idolatra o corpo colhe os frutos da carne: impureza, luxúria e vazio espiritual. A alma que vive para o corpo perde de vista o Céu.
Conclusão
O católico tradicional deve estar atento: a academia, para muitos, tornou-se um lugar de pecado, de tentação e de desvio da verdadeira finalidade do corpo humano — servir a Deus. Se alguém necessita de exercício por motivo médico, que o faça com modéstia, recolhimento e pureza de intenção. Mas, fora isso, o culto ao corpo é uma ofensa ao Criador.
O mundo moderno esqueceu que "o corpo é pó e ao pó tornará" (Gênesis 3,19). Cuidar da alma, esta sim, é a verdadeira saúde — aquela que permanece para a eternidade. (Redação: Vida e Fé Católica)
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