A Primeira Comunhão das crianças

11/09/2025

Absurdo; bispo argentino decreta que primeira comunhão das crianças deve ser em pé e na mão

O maior tesouro que a Igreja Católica possui é a Santíssima Eucaristia. As muitas denominações protestantes ou evangélicas carecem desse Mistério inefável. Neste artigo, não me refiro à Celebração Eucarística, à Santa Missa, mas à Pessoa de Jesus Cristo no Sacramento da Hóstia Consagrada; uma Presença real, verdadeira e substancial, como a catequese católica sempre ensinou. Quando surgiu o costume pós-conciliar de receber a Comunhão em pé, com a mão estendida, foi recomendado que, antes de receber a Hóstia, a pessoa se curvasse ou fizesse uma genuflexão, como um gesto de adoração e reconhecimento da Presença do Senhor. A disseminação dessa nova atitude, impulsionada pelo progressismo internacional, não foi recebida passiva ou pacificamente pelos fiéis; esse foi o caso em muitas dioceses onde a tradição já estava estabelecida há muito tempo. Na Argentina, o caso mais notável ocorreu em San Rafael, Mendoza. Contrariando o sábio conselho que recebera, o bispo decretou que a Comunhão deveria ser recebida em pé e na mão estendida. Uma multidão de fiéis se opôs a isso, realizando passeatas de protesto. A oposição do seminário resultou no seu fechamento, deixando dezenas de jovens abandonados. Um conflito inútil e arbitrário, visto que, segundo a disciplina eclesiástica vigente, os fiéis podem escolher como receber a Comunhão.

A veneração católica à Eucaristia era aprendida no catecismo e praticada na Primeira Comunhão das crianças. É hora de lembrar que o Papa São Pio X estabeleceu — por meio do decreto Quam Singulari — que as crianças deveriam receber a Comunhão precocemente, visto que até então ela era adiada para a adolescência. Isso foi feito e, de fato, a idade apropriada foi estabelecida como sendo sete anos; a exigência papal era o uso da razão e a capacidade de distinguir o pão material do Pão Eucarístico. Era muito comum que crianças de famílias não praticantes observassem essa idade como o início da vida eucarística, o que era favorecido pelo uso generalizado de Missas para crianças.

Vale a pena relembrar esta história à luz do absurdo perpetrado pelo Arcebispo de San Juan de Cuyo, que acaba de decretar que, em sua diocese, a Primeira Comunhão deve ser administrada em pé e na mão. O arcebispo não tem o direito de contradizer a disciplina da Igreja e impor aos seus fiéis uma prática contrária à Tradição. Com essa medida ideológica e arbitrária, ele distorce a vida espiritual dos fiéis e impede que as crianças sejam devidamente catequizadas na percepção do Mistério Eucarístico. De qualquer forma, seria oportuno explicar objetivamente aos menores as possíveis atitudes permitidas pela disciplina eclesiástica, para que possam escolher. Uma formação adequada não se reduz a cultivar a proximidade e a amizade com Jesus, negligenciando que o Divino Amigo é o Senhor do Céu e da Terra. Em suma, o caso de São João levanta um sinal de alerta quanto à direção do Episcopado Argentino. (Por: Héctor Aguer Arzobispo Emérito de La Plata) (Fonte: Adelante La Fe)

No extenso calendário litúrgico de junho, celebramos e saboreamos as festas do Sagrado Coração de Jesus, Pentecostes, Santíssima Trindade, Corpus Christi e São Pedro Apóstolo.