10 coisas que você nunca verá na Santa Missa Tridentina

10/12/2025

A Missa Tradicional ou Missa Tridentina, contém itens exatamente opostos da Missa Nova de Paulo VI. Conheça.

A Santa Missa Tridentina, frequentemente referida pelos fiéis como a "Missa de Sempre", é a forma litúrgica do Rito Romano que foi codificada e universalizada pelo Papa São Pio V em 1570 através da bula Quo Primum. Este ato seguiu as orientações do Sacrossanto Concílio de Trento (1545-1563) e visou proteger a liturgia de inovações e garantir sua pureza doutrinária.

(Vida e Fé Católica)

Na verdade, a Missa de São Pio V não foi uma criação nova; foi, antes, a fixação de uma forma de culto que se desenvolveu de forma orgânica e reverente desde os primórdios do Cristianismo, enraizada nas antigas liturgias apostólicas. Foi esta a Missa celebrada por todos os santos, mártires e papas por quase vinte séculos. Ela representa o tesouro litúrgico e doutrinário que nutriu a Igreja em sua época de maior florescimento e santidade.

Para o católico tradicionalista, a Missa Tridentina é o reflexo mais perfeito da Fé Católica, uma oração elevada e sacrificial voltada inteiramente para Deus. Por isso, a atmosfera de profunda reverência, sacralidade e imutabilidade que a cerca faz com que certas práticas, que infelizmente se tornaram comuns após as reformas litúrgicas de 1969 (a Novus Ordo ou Missa Nova), sejam simplesmente impensáveis neste rito tradicional.

Aqui estão 10 coisas que você nunca verá na Santa Missa Tridentina:

1. Pessoas Usando Roupas Inadequadas

Na Missa Tridentina, a indumentária é vista como um sinal exterior do respeito devido à Presença Real de Nosso Senhor no Altar. É um ato de caridade para com Deus e o próximo.

  • Ausência de: Camisetas, chinelos, shorts, bermudas, calças justas, saias curtas, roupas excessivamente casuais ou decotadas.

  • Em contraste: Os fiéis (tanto homens quanto mulheres) vestem-se com modéstia e dignidade. As mulheres, em obediência à Tradição Apostólica e por decoro, sempre usam o véu ou mantilha, cobrindo a cabeça em sinal de humildade e reverência perante o Santíssimo Sacramento.

2. Conversas, Aplausos e Celebrações Mundanas

O templo é primariamente a Casa de Deus e local do Santo Sacrifício, não um centro social ou auditório.

  • Ausência de: Conversas, aplausos ou manifestações de alegria ruidosas. Também não há celebrações de aniversários, "parabéns" ou comunicados longos no final.

  • Em contraste: O silêncio profundo e a concentração na Ação Sacrificial são a regra. A Missa é o Sacrifício do Calvário tornado presente, não uma festa ou um show.

3. Pessoas Recebendo a Comunhão em Pé e na Mão

A forma de receber a Eucaristia expressa a crença na Presença Real e na divindade de Cristo.

  • Ausência de: Receber a Sagrada Comunhão em pé e na mão.

  • Em contraste: Os fiéis recebem o Corpo de Cristo ajoelhados (geralmente em um genuflexório ou comungatório), e diretamente na língua, administrado apenas pelo sacerdote. Este é o modo tradicional que enfatiza a adoração e previne sacrilégios.

4. Ministros Extraordinários da Eucaristia

A Missa Tridentina respeita rigorosamente a hierarquia e a distinção entre o sacerdócio e o laicato.

  • Ausência de: Leigos (homens ou mulheres) que não sejam o celebrante ou diácono que toquem as Sagradas Espécies ou distribuam a Comunhão.

  • Em contraste: A distribuição da Eucaristia é uma função exclusiva do sacerdote, ou do diácono em casos estritos, honrando o ofício sacerdotal e a dignidade do Sacramento.

5. Leitores Leigos no Ambão

As leituras e a proclamação da Palavra de Deus são partes do ofício clerical e de seus assistentes (os ministros inferiores).

  • Ausência de: Leitores leigos.

  • Em contraste: As Epístola e o Evangelho são cantados ou lidos pelo sacerdote (ou pelo subdiácono e diácono, em Missas Solenes), que detêm a ordem apropriada para isso. O foco está no Altar e na ação do Sacerdote, não na assembleia.

6. Coroinhas Femininos

O serviço ao Altar é tradicionalmente visto como uma função reservada aos homens, muitas vezes um primeiro passo vocacional.

  • Ausência de: Meninas ou mulheres servindo como coroinhas.

  • Em contraste: O serviço do Altar é realizado por acólitos do sexo masculino, que estão vestidos com batina e sobrepeliz, auxiliando o sacerdote nas suas funções específicas.

7.  Cânticos Modernos e Profanos

A música litúrgica deve ser santa, universal e digna da Casa de Deus.

  • Ausência de: Canções de cunho popular, sentimental, ou com ritmos mundanos.

  • Em contraste: O canto é dominado pelo Canto Gregoriano (o canto próprio da Igreja Romana) ou pela polifonia sacra tradicional. O objetivo é levar a alma à contemplação, não ao entretenimento.

8. Instrumentos Musicais Populares e Barulhentos

Os instrumentos devem favorecer a elevação da mente a Deus.

  • Ausência de: Guitarras, bateria, percussão, instrumentos eletrônicos ou amplificados ruidosamente.

  • Em contraste: O órgão de tubos é o instrumento musical tradicional da liturgia, devido à sua capacidade de exaltar a voz humana e criar uma atmosfera de majestade e sacralidade.

9. Padres "Artistas" e Missas Temáticas Improvisadas

O sacerdote age in Persona Christi (na Pessoa de Cristo) e não em seu próprio nome. A Missa é imutável.

  • Ausência de: Improvisações litúrgicas, "missas temáticas", padres que atuam como cantores de palco, ou que usam a homilia para contar piadas ou fazer comentários políticos/sociais sem conexão com a Doutrina e o Evangelho.

  • Em contraste: O sacerdote se mantém fiel e sóbrio ao texto litúrgico, celebrando o Rito com a máxima fidelidade e reverência, cumprindo estritamente as rubricas.

10. Sacerdotes de Costas para o Sacrário

O Altar é o centro da ação, e o Sacrário contém o Deus Eucarístico.

  • Ausência de: O sacerdote voltado para o povo (posição versus populum), e consequentemente, de costas para o Sacrário ou a Cruz.

  • Em contraste: O sacerdote está na posição "voltado para Deus" (ad Deum ou ad orientem), ou seja, na mesma direção do povo: em direção ao Altar, ao Crucifixo e ao Sacrário. Isto simboliza que ambos, sacerdote e povo, estão juntos oferecendo o Sacrifício a Deus.

A Encruzilhada da Fé

Todos esses itens representam aquilo que, por quase 20 séculos, os católicos comungavam e praticavam com profundo respeito, em fidelidade à Tradição da Igreja.

Em 1969, com a promulgação da Missa Nova (Novus Ordo), a permissão para que esses itens entrassem na liturgia (ou a sua introdução) transformou radicalmente a expressão da Fé.

Papas, santos e mártires que viveram e morreram praticando a Santa Missa Tradicional com todo o respeito e seguindo a Tradição agora são, implicitamente, considerados "errados" ou "demasiados católicos" pela mentalidade moderna.

Para o tradicionalista, cada um desses dez itens, praticado em sentido contrário, representa uma grave ofensa a Deus e pode constituir pecado para aqueles que, tendo conhecimento da Tradição e da Doutrina, fazem de conta que não veem por mera comodidade ou para não "desagradar as pessoas". Colocam, assim, a vontade e a comodidade humana acima da glória devida a Deus.

No entanto, é claro que muitos frequentam a Missa Nova por ignorância da existência e do valor da Santa Missa Tridentina, e estes, portanto, não têm culpa.

A Missa Tridentina, apesar das perseguições e restrições impostas por autoridades eclesiásticas modernas, permanece um refúgio seguro em meio à secularização e ao mundanismo que, infelizmente, se infiltraram na liturgia reformada. Ela é cada vez mais descoberta e frequentada por aqueles que buscam a santidade, o verdadeiro Catolicismo, e que querem, acima de tudo, salvar suas almas. (Redação: Vida e Fé Católica)

A celebração dos milésimo septingentésimo anos do Concílio de Nicéia não tem se concentrado na afirmação da Fé diante das heresias que a negam (o que era, em essência, Nicéia) e sim num novo relançamento do ecumenismo.